Finais de futsal no JIFSul 2025: IFC marca presença e mostra a força do coletivo

^{Equipe feminina de futsal do IFC vence nos pênaltis e conquista vaga para os Jogos Nacionais dos Institutos Federais (JIF).}

Com os times feminino e masculino do Campus Concórdia entre os protagonistas, o Instituto Federal Catarinense (IFC) conquistou o título no feminino e o vice-campeonato no masculino, em jogos decididos nos pênaltis e marcados pela força do coletivo, pela emoção nas arquibancadas e por histórias que extrapolam os limites da quadra.

Na arquibancada, os gritos ecoavam como se cada lance fosse o último. Em quadra, oito meninas do técnico em Agropecuária e uma do técnico em Alimentos  do IFC – Campus Concórdia carregavam o peso da camisa e a leveza de quem joga com o coração. Era o clássico catarinense contra o IFSC, valendo vaga para os jogos nacionais, que em 2025 será em Natal/ Rio Grande do Norte, e o empate no tempo normal empurrou a decisão para os pênaltis. No fim, deu IFC.

“Pra mim, ainda não caiu a ficha”, contou Maria Eduarda Gubert, ainda ofegante após a conquista. “A gente tava perdendo. Daí a Gio (Giordana Benetti) fez aquele gol... e vimos que dava. Quando fomos pros pênaltis, foi um misto de emoção, medo, esperança. Mas no fim, parecia que tava escrito nas estrelas”, comenta a estudante-atleta.

Um dos momentos mais simbólicos da partida foi o apoio da equipe à jogadora Laryssa Zanella, de 15 anos. Ao pegar a bola, ela hesitou, tomada pela dúvida, mas logo foi acolhida pelos gritos e abraços do coletivo. “Toda vez que eu ia bater de esquerda, eu errava. Falei pras gurias que, se eu errasse de novo, ia ser culpa minha. Mas elas disseram: ‘a gente ganha e perde junto, a gente é um time’. E é por isso que eu amo esse time”, contou, com a voz embargada pela emoção.Com a agitação da torcida, o juiz sussurrou: “respira”. Ela respirou. A bola entrou. “Nem vi como foi, só sei que entrou. Foi o pênalti mais importante da minha vida”, comenta Laryssa.

Mas a história começou antes da bola rolar. Começou no interior, com jornadas duplas entre estudos e treinos, incentivo dos professores e vínculos que se fortaleceram nos intervalos. “Estudar aqui (no IFC) e jogar pela escola é muito mais do que a gente imaginava. É um orgulho”, comentou Maria Luisa Pegorini.

A estrutura e o incentivo ao esporte são marcas do campus. Professores e colegas apoiam desde o futsal até o xadrez. E a união entre as modalidades fez a diferença nos Jogos. “Os goleiros dos meninos ajudavam a treinar a gente. A gente estuda junto, treina junto. É amizade e respeito”, lembrou Verônica Pazinatto Bevilacqua.

Do lado masculino, o roteiro foi semelhante. IFC em quadra, jogo equilibrado, empate no segundo tempo e pênaltis. A bola do título parou na trave e a vitória ficou com o IFRS, mas o vice-campeonato teve gosto de missão cumprida.

^{Nos pênaltis e com muita garra, time masculino de futsal do IFC garante a prata no JIFSul 2025.}

“A gente veio até aqui por causa de uma preparação que não começou ontem. Desde 2023 estou nessa luta por esse título”, disse Vinicius Romane de Jesus, aluno do técnico em Agropecuária. “A maioria aqui é do terceiro ano, mas já tem gente da graduação também. Veterinária, Agronomia... A ideia é seguir no IFC e continuar representando a escola. Se depender da gente, ano que vem tem mais”.

Bruno José Neres, aluno da Veterinária, viveu seu último JIFSul com intensidade. “Participei dos jogos nacionais, cheguei em uma semifinal em Blumenau, e agora saio como vice-campeão do Sul. Completei 19 anos e encerro esse ciclo com a certeza de que a gente deu tudo de si. Representar o IFC é muito mais do que jogar. É fazer parte de algo que nos transforma”, comenta o estudante-atleta.

Mais do que medalhas, o que se viu em Santa Maria foi a força de um grupo que acredita no coletivo. O tricampeonato estadual no masculino (2019, 2022 e 2025) é parte da história, mas o que realmente fica são os laços construídos no treino, nos corredores da escola e no apoio de quem ficou na torcida.

“Quem não veio, ficou na torcida. Todo mundo queria estar aqui. Essa camisa é pesada porque representa um monte de gente que acreditou na gente desde o início”, disse Bruno.

Sob orientação dos professores Cleinton Bosio e Jerson Isoton, os atletas contaram com a estrutura do campus – campo, pista de atletismo, academia – e encararam cada etapa com seriedade e união. “É um grupo com diferença de idade, fases nos cursos, mas com um objetivo em comum: representar bem o nosso campus”, reforçou Vinicius.

Na despedida dos jogos, o IFC também levou o ouro no futsal feminino e a prata no masculino. Mas, para quem esteve ali, foi muito mais do que isso. Como resumiu Isadora Scussel: “O que a gente viveu aqui vai além do título. A gente cresceu junto. E agora vai todo mundo junto pro nacional, torcendo, vibrando, vivendo tudo isso de novo”.

Secom