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VII Sedi reúne comunidade para debater diversidade e diferença no fortalecimento da educação inclusiva

Publicado em Quinta, 18 de Setembro de 2025, 16h05 | por Secretaria de Comunicação | Voltar à página anterior

Histórias que inspiram, vozes que quebram silêncios e ideias que provocam mudanças marcaram o 7º Seminário de Educação, Diversidade e Inclusão (VII Sedi). Nos dias 16 e 17 de setembro, o IFFar – Campus Frederico Westphalen recebeu a comunidade acadêmica, além de convidadas e convidados, para refletir sobre como construir uma educação inclusiva, respeitosa e cidadã.

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Membros da comunidade acadêmica do IFFar ao término da última sessão de debates do VII Sedi, após dois dias de reflexões sobre diversidade e inclusão.

“O Seminário foi um convite para nos deixarmos afetar: pelo olhar, pela palavra, pelo gesto, pelo silêncio, pela Língua de Sinais, pela cor da pele, pelas histórias de resistência e pelas diferenças que nos constituem”, destacou a professora Carla Tatiana Zappe, coordenadora da Coordenação de Apoio a Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (CAPNE) e membro da comissão organizadora. Para a docente, a proposta não é buscar uniformidade, mas valorizar a multiplicidade: “Não buscamos a adaptação ao mesmo, mas a criação de um comum feito de singularidades”, argumentou.

A amplitude do encontro reforça esse compromisso. Foram 420 inscrições — sendo 294 on-line e 126 presenciais — de participantes das diferentes unidades do IFFar e de outros estados, como relata Katiele Hundertmarck, membro do Nugedis do Campus Júlio de Castilhos, coordenadora de ações afirmativas da Reitoria e também integrante da equipe organizadora. Segundo ela, a edição de 2025 foi pensada para “promover espaços de discussão sobre diferença e educação, levando a comunidade acadêmica a refletir sobre equidade de gênero, visibilidade trans, questões étnico-raciais e necessidades educacionais específicas”.

A data do VII Sedi marcou ainda o Dia para o Desenvolvimento de Ações de Combate à Violência contra as Mulheres no IFFar, em memória da servidora Liana Gomes, vítima de feminicídio em 2020. “Foi oportuno fazer a comunidade parar para refletir sobre essa temática, por meio das falas de importantes estudiosas, lideranças feministas e da intervenção artística que marca essa data, para que nenhuma violência seja tolerada. Liana sempre será lembrada pela nossa comunidade como resistência a todas as formas de violência contra as mulheres”, enfatizou Katiele.

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A primeira mesa do evento discutiu a violência contra as mulheres e reuniu diferentes vozes para ampliar o debate.

Corpos, territórios e narrativas
O primeiro dia trouxe experiências marcadas pela diversidade etnocultural. Na mesa “Meu corpo, meu território”, a técnica em alimentos e presidenta do Nugedis do Campus Júlio de Castilhos, Alice de Souza Ribeiro; a artista visual Stéfani Agostini; a professora indígena Beatriz Kori Emílio; e a contadora de histórias Regina Goj Téj Emílio, do povo Kaingang, falaram sobre resistência, identidade e cultura, com mediação de Janice Boeira. A intervenção artística “Incisivas”, conduzida por Stéfani, ampliou o diálogo entre arte e violência contra as mulheres. Outro destaque foi a participação do Instituto Casa Branca, que apresentou caminhos de acolhimento e apoio a famílias e educadores de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Educação acessível e vozes múltiplas
No segundo dia, o debate girou em torno de metodologias e experiências de inclusão. Manoela da Fonseca (Secretaria Municipal de Educação de Santa Maria) e Franciele Rusch Konig (IFFar – Campus Uruguaiana) apresentaram o “Desenho Universal da Aprendizagem (DUA) como estratégia para garantir acesso ao currículo”. Em seguida, o egresso do curso de Ciências Biológicas, professor Juliano Severo, revisitou a trajetória histórica da pessoa com deficiência no Brasil.

À tarde, a palestra “Minha Voz é Visual: Vivências de uma Mulher Trans e Surda pela Inclusão”, com Pietra Simon Avila Jardim, sensibilizou o público ao revelar barreiras e potências da comunicação visual. O encerramento ficou a cargo do professor Guilherme Costa Garcia Tommaselli (IFMS), que trouxe à discussão a importância da heteroidentificação, na fala “Negro, preto e pardo: considerações sobre o colorismo”, mediada pela servidora Elvira Fátima de Lima Fernandes.

Percepções da comunidade acadêmica
Para quem esteve presente no Campus Frederico Westphalen, a troca de experiências fez a diferença. Para a professora Mônica de Souza Trevisan, do Campus Panambi, que participou do seminário, essa edição reforçou a importância de olhar para a inclusão de forma ampla e cotidiana. “Os diálogos e as palestras do VII Sedi foram muito importantes no sentido de aprofundar as intersecções entre gênero, raça, classe e pessoa com deficiência, tratando a questão do corpo como território, com o máximo respeito e valorização do lugar de fala. A partir disso, é possível ter um apoio para fortalecer o trabalho de inclusão, que é cotidiano, apesar das inúmeras barreiras e resistências que ainda encontramos”, avaliou.

Ela também destacou a necessidade de parcerias para que a inclusão avance. “Os principais encaminhamentos são o fortalecimento do trabalho dos núcleos inclusivos — NUGEDIS, NAPNE e NEABI — e a união com as demais equipes de gestão, coordenações e servidores. Sem essa parceria, a inclusão não acontece”, completou.

Já Martiéli de Souza Rodrigues, professora de Educação Especial no Campus São Borja, percebe o seminário como um espaço de transformação: “A gente não pode simplesmente ofertar o acesso se não garantir a permanência dos alunos. O evento nos faz refletir sobre a prática e pensar em políticas mais efetivas. Seria importante que mais diretores e professores participassem, para que as discussões chegassem de forma ainda mais potente às salas de aula”.

Estudantes do campus anfitrião também destacaram o impacto do evento. Ana Luísa Bressan Copetti, do curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio e integrante do Núcleo de Apoio a Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE), afirmou que o Sedi “foi um momento muito emocionante e importante”, essencial para a formação cidadã. Eduarda Fassini, do curso Técnico em Administração e membro do Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual (Nugedis), ressaltou que “é fundamental nos familiarizarmos com a diversidade. Devemos mais do que respeitar: precisamos ajudar na luta contra o desrespeito à pluralidade”. Para Lucas Zaneti, também do Técnico em Agropecuária e integrante do NAPNE, o aprendizado vai além da escola: “É importante para que, quando sairmos para a faculdade ou outro espaço, já tenhamos conhecimento sobre diversidade e inclusão”.

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Estudantes e professores do campus anfitrião apresentaram momento cultural e auxiliaram na realização do evento durante os dois dias.

Debate que continua
As reflexões do VII Sedi não se encerram com o encerramento oficial. Os participantes retornam agora às suas unidades com a oportunidade de aprofundar, em suas equipes e comunidades acadêmicas, as temáticas debatidas ao longo dos dois dias de evento. A proposta é que cada campus fortaleça ações que promovam a diversidade, a inclusão e o combate a todas as formas de violência.

Nas próximas semanas, o IFFar também publicará uma série de matérias detalhando os principais assuntos abordados nas mesas e palestras, com a participação dos próprios painelistas como fontes. Assim, o seminário se desdobra em novos espaços de diálogo e mantém vivo o compromisso institucional com uma educação cada vez mais justa, diversa, inclusiva e cidadã.

Secom

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