Ir direto para menu de acessibilidade.

Tradução Portal

ptendeites

Opções de acessibilidade

Página inicial > Gabinete da Reitora > Seminário celebra os 50 anos do I Simpósio Nacional de Estudos Missioneiros
Início do conteúdo da página
Notícias Gabinete

Seminário celebra os 50 anos do I Simpósio Nacional de Estudos Missioneiros

Publicado em Terça, 18 de Novembro de 2025, 10h53 | por Secretaria de Comunicação | Voltar à página anterior

A reitora do IFFar, professora Nídia Heringer, participou, no dia 14 de novembro, do Seminário de 50 anos do I Simpósio Nacional de Estudos Missioneiros, realizado no Campus Santa Rosa.

54925626281 b023eeefaa b
A reitora do IFFar, professora Nídia Heringer, durante sua fala na cerimônia de abertura do Seminário/Foto: Elisandro Coelho – Assessoria de Relações Públicas

O encontro integrou as comemorações dos 400 anos das Missões Jesuíticas Guarani e foi organizado em parceria com a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS), a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Cerro Largo e integrantes do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) das instituições.

A programação iniciou pela manhã, com uma Audiência Pública conduzida pelo deputado estadual Jeferson Fernandes, que ressaltou a necessidade de recolocar o povo Guarani no centro das celebrações dos 400 anos e alertou para o fato de que muitas iniciativas alusivas à data ainda não incorporam plenamente as vozes indígenas.

Em seguida, a reitora deu as boas-vindas ao público e destacou que compreender o território exige reconhecer que a região foi historicamente formada pelos povos originários. “Às vezes olhamos apenas para a organização política, Santa Rosa, Giruá, Santo Ângelo, mas, muito antes disso, outras formas de vida compuseram essa geografia. Aqui viveram e vivem os povos originários, e compreender essa ancestralidade é fundamental para nós, educadores e estudantes”, afirmou.

Encerrando a fala das autoridades presentes, a diretora-geral do Campus Santa Rosa, professora Analice Marchezan, reforçou que a temática missioneira é parte constitutiva da formação cidadã e não pode ser dissociada das narrativas indígenas.

A abertura contou ainda com a apresentação do Coral Indígena Guarani da Aldeia Tekoá Pyau de Santo Ângelo, que trouxe ao público cantos tradicionais da cultura Guarani. A apresentação foi um dos momentos mais marcantes da manhã, pela força simbólica atribuída à espiritualidade e à relação com a natureza presentes no repertório.

54925930795 2d1a310a41 b
Coral Indígena Guarani Tekoá Pyau, de Santo Ângelo, durante apresentação no Seminário/Foto: Elisandro Coelho – Assessoria de Relações Públicas

No turno da tarde, o evento seguiu com mesas temáticas que trouxeram debates sobre memória, território e identidade. A primeira mesa retomou o histórico do simpósio realizado em 1975 e reuniu Eliezer Moreira Pacheco, fundador do evento, e os professores Júlio Ricardo Quevedo dos Santos, José Albino Rohr e Erneldo Schallenberger. Os debatedores revisitaram o contexto do encontro pioneiro, destacaram a importância de reconhecer o protagonismo indígena na experiência missioneira e refletiram sobre fronteiras culturais e impactos transnacionais.

Na sequência, a segunda mesa contou com contribuições dos professores Leandro Goya Fontella e Max Roberto Pereira Ribeiro, com mediação da professora Maira Eveline Schmitz. As discussões abordaram o papel das mulheres Guarani na continuidade social após a expulsão dos jesuítas e a amplitude territorial indígena que antecede o atual desenho político-administrativo do Rio Grande do Sul.

Encerrando a programação, a mesa dedicada às cosmovisões Guarani Mbya reuniu o professor e líder comunitário Anildo Romeu, da Aldeia Tekoá Pyau, e os artistas e intelectuais indígenas Ariel Kuaray Ortega e Patrícia Pará Yxapy, da Aldeia Tekoá Koenju de de São Miguel das Missõe. As lideranças destacaram a centralidade da oralidade na transmissão da história, refletiram sobre os desafios da autonomia territorial e denunciaram o silenciamento histórico que ainda marca a relação entre Estado, sociedade e povos indígenas. Também lembraram que todo o Rio Grande do Sul é território ancestral Guarani e que as comunidades enfrentam dificuldades para manter vivas suas práticas culturais diante da disputa por pequenos fragmentos desse espaço.

Ao final do Seminário, o IFFar reafirmou seu compromisso com a preservação da memória missioneira, com a valorização das vozes Guarani e com a promoção de uma educação pública que reconhece a diversidade cultural como fundamento do território.

Confira mais fotografias do evento no Flickr do IFFar.

Redação: Daniele Vieira - estagiária de Jornalismo para Assessoria de Relações Públicas
Fotografia - Elisandro Coelho - Assessoria de Relações Públicas 

Fim do conteúdo da página